O tormento das escolhas e decisões
Na mitologia grega, Ulisses foi um dos grandes heróis da Guerra de Troia. Depois de derrotar os troianos, ele iniciou uma longa viagem de dez anos de volta para Ítaca, que foi marcada por muitas aventuras e desventuras.
Ulisses e seus companheiros enfrentaram o ciclope Polifemo e só conseguiram fugir porque cravaram uma lança no único olho do gigante. Eles não sabiam que Polifemo era filho de Poseidon, por isso passaram a ser perseguidos pelo deus que criou inúmeros problemas para eles no percurso da viagem.
Quando Ulisses e seus companheiros passavam pelo estreito com sua embarcação, foram atacados por dois monstros marinhos, Caríbdis que fez surgir um enorme redemoinho, e quando tentaram escapar remando com muito esforço, Cila os atacava do outro lado.
Com a embarcação destruída, muitos marinheiros caíram no mar e foram devorados por Cila. Ulisses e alguns de seus amigos conseguiram se agarrar aos pedaços da embarcação que se espalharam pelo mar.
Ulisses começou a ser sugado pelo turbilhão e, quando já estava bem perto da morte, conseguiu agarrar-se à figueira conseguindo se salvar. Assim, Ulisses prosseguiu a viagem para encontrar sua amada Penelope que o esperava em Ítaca.
“Há muitas nuvens escuras no horizonte”
Internamente, o robusto resultado primário do Governo Central acumulado em 12 meses (até set/22) de superávit de R$ 84,9 bilhões equivalente a 1,01% do PIB, foi o principal indicador do mês, trazendo a mensagem de uma consistência nos números da nossa economia.
Quais serão as políticas do novo governo?
No dia 30 de outubro, o Ex-presidente Lula, foi eleito para o próximo mandato. A expectativa é a de que o novo presidente “escolha” bons nomes para a composição do ministério, principalmente no campo econômico.
Fora do país, são vários os fatores de preocupação. A economia chinesa e seus novos lockdowns para conter surtos de Covid-19, a guerra infindável entre Rússia e Ucrânia, os dados de inflação na Alemanha, França e Itália acima das previsões nas prévias de outubro, reforçando expectativas de manutenção de postura mais dura do BCE na reunião de dezembro, após elevação de 0,75% em outubro.
O Fed não apenas enfrenta o duplo desafio de combater a inflação enquanto se preocupa com empregos e crescimento, mas também um terceiro problema: manter a estabilidade financeira.
Hoje, a novidade é onde reside o risco de instabilidade financeira. Ao contrário da década de 1980, a fragilidade não está nos bancos, mas sim no setor não bancário menos regulamentado e supervisionado, que inclui gestores de ativos, fundos de pensão, fundos de hedge, private equity e similares. Isso se deve principalmente à duas coisas: primeiro, até que ponto os não-bancos foram condicionados a otimizar o que muitos acreditavam ser uma política de taxas de juros extremamente baixas e injeções maciças de liquidez; e segundo, um Fed que, desde junho, teve que aumentar drasticamente as taxas de juros, depois de começar tarde e lentamente esses aumentos.
Gerenciar esse risco de instabilidade financeira não será fácil. Um ciclo de aumento de taxas muito agressivo pode criar um acidente financeiro que prejudica o crescimento e o emprego. Um ciclo muito lento poderia manter a estabilidade financeira ao custo de empurrar a economia para a estagflação. Isso, no futuro, deixaria a inflação muito alta, o crescimento em dificuldades e a instabilidade financeira ainda ameaçada.
Encontrar um equilíbrio entre estabilidade, inflação e empregos sugere que o Fed deveria pensar em termos de um trilema e não apenas de um dilema.
A vida é feita de escolhas. Desde as mais simples às mais complexas, toda escolha é feita com base nos elementos que possuímos em cada momento.
Não existem escolhas certas ou erradas, adequadas ou inadequadas; o que existe são escolhas e decisões que funcionam naquele momento.
Nossas escolhas para esse momento, são em investimentos em renda fixa; para a preservação do capital, e aproveitando as altas taxas de juros, que devem seguir assim por um período ainda longo.
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