E, de novo, a mitologia Grega. Os mitos gregos cada vez mais se enquadram no mundo contemporâneo. Escolhemos hoje, no rico panteão, a Hydra, uma serpente gigante com muitas cabeças. Cada vez que se corta uma, duas crescem de volta no lugar. É assim que o mundo real funciona: muitas vezes ao resolver um problema, cria-se dois outros.

Hércules foi cortando as cabeças da Hidra com a espada com a ajuda de seu sobrinho, Lolau, que queimava cada pescoço cortado, para que não nascessem mais cabeças. Finalmente, Hércules decapitou a cabeça imortal e a enterrou embaixo de uma rocha.

No mês de março, houve a insolvência de três bancos americanos, Silicon Valley Bank (SVB), First Republic e Signature Bank, além do Credit Suisse na Europa.

Esses eventos tornaram o mercado de títulos extremamente volátil. Para se ter uma ideia, o rendimento da nota do Tesouro dos EUA de 2 anos caiu de 5,05% para 3,76% em apenas duas semanas. Os ativos ligados a bancos também apresentaram desempenho extremamente negativo, tanto as ações quanto os títulos.

Em um contexto de emprego forte, preços altos e atividade resiliente, o FED aumentou as taxas em 25 pontos-base para uma faixa de 4,75-5,00% na reunião de março. No comunicado, a instituição descreveu que “talvez algum” ajuste na taxa de juros se faça necessário, ao invés de “aumentos consecutivos” de juros, como havia descrito no comunicado anterior.

A expectativa é que ocorra um aumento mais de 0,25% na próxima reunião do FED em 3 de maio.

Alguns agentes de mercado trabalham até com a manutenção dos juros e sucessivos cortes ainda em 2023, mas preferimos manter o conservadorismo e ficar na renda fixa atrelada aos FED funds.

Na Zona do Euro, Lagarde, negou haver qualquer trade-off entre inflação e estabilidade financeira. Disse que o sistema bancário é sólido e que, de qualquer forma, o BCE dispõe de instrumentos para prover liquidez se necessário. Seu discurso foi enfático na perseguição da meta de inflação.

A China mostra alguma recuperação pós reabertura, porém, essa recuperação, não parece suficiente para puxar a economia global.

No Brasil,o anúncio da nova âncora fiscal mostra a intenção do governo de zerar o déficit primário já em 2024, com superávit a partir de 2025, e limitação do crescimento das despesas para o ano seguinte a 70% do crescimento das receitas relativas ao ano anterior.

Mas o certo é que esse equilíbrio não é tão fácil assim.

O embate público entre governo e banco central, não ajuda em nada os mercados.

Aqui na casa continuamos surfando os juros atrelados ao CDI buscando sempre a qualidade de crédito do emissor.

Sempre há duas novas cabeças na Hydra da economia e política internacional para cada uma que cortamos. Fingir que existe uma maneira pré-2020, pré- 2008, pré-1971 ou pré-1913 para simplesmente resolver todos os nossos problemas globais é um mito gigante. Por isso, nós da Portogallo Family Office não mediremos esforços para preservar do patrimônio de nossos clientes.

A Portogallo Family Office, uma gestora de recursos independente idealizada pelos principais sócios da MP Advisors, devidamente credenciada pela CVM a exercer as suas funções e aderente aos códigos aplicáveis da ANBIMA e agora a serviço dos nossos clientes.

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