Outubro / 2020
Por Ricardo Veles, CIO
O Brasil ainda está de ressaca com os acontecimentos de setembro, principalmente em relação ao mercado de capitais.
O derivativo que indica o risco de calote dos países, o CDS (Credit Default Swap) está sendo negociado em níveis elevados, principalmente levando em consideração os seguintes fatores:
- Paralisação das reformas (administrativa e tributária).
- Alta probabilidade de rompimento do teto dos gastos.
- Renda Brasil em pauta sem indicação da fonte de financiamento.
*Figura acima mostra a relação do CDS com a SELIC, concluímos que em pouco tempo teremos aumento de juros no Brasil.
A sugestão da possível utilização dos precatórios e do Fundeb não foi bem digerido pelo mercado.
Sempre indicamos as posições no mercado de acordo com os fundamentos e analisando o cenário atual, todas as notícias vão contra as medidas liberais, até então anunciadas pelo atual governo.
Não podemos nos deixar levar por ruídos de mercado, mas o rompimento do teto de gastos é iminente, no entanto temos listadas em bolsa boas empresas com bom montante de caixa para um momento mais adverso, manter o volume de risco do portfólio em empresas com caixa, boas pagadoras de dividendos e receita em dólar neste momento é essencial.
Para a composição da carteira, a inclusão de ativos dolarizados (bonds e ações) é de extrema importância, as eleições nos EUA e segunda onda de contaminação podem trazer ainda mais volatilidade e precisamos estar prontos para estes movimentos.
A boa notícia é que possivelmente teremos novidades sobre a vacina contra a COVID19 em breve, e um provável pacote de estímulos proveniente do FED dará um novo fôlego aos mercados internacionais e continuidade do Bull Market, embalado pela reabertura da economia e níveis atuais de atividade pré-crise.
Estamos otimistas com os mercados internacionais e recuperação do preço do petróleo, quanto Brasil posições táticas para aquisição de novos ativos de oportunidade e em relação ao câmbio, apenas alguma evolução sobre as reformas pode aliviar a pressão do dólar, o que é pouco provável.
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